Sobre o projeto
Espaço em potencial para oferta cultural por meio do prazer da leitura de atividades de contação de histórias, do acesso às narrativas de diferentes autores. Bem como uma oferta operacional da mobilização de atores diversos para realizar ações que contribuam para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência por meio do manuseio de livros com diferentes suportes textuais e diagramações; oferta de recursos para o mundo do trabalho sendo espaço para jovens aprendizes com deficiência; bem como oferta para um possível centro de convivência.
OBJETIVOS
Atender cerca de 1000 pessoas com deficiências e seus familiares em recortes espaciais infanto-juvenis, até a faixa etária de 12 anos
- apoiar a construção/ confecção de 5 salas de leitura inclusivas
- disponibilizar acervo de 250 livros acessíveis e inclusivos, para cada sala de leitura
- tornar a pessoa com deficiência como protagonista do alicerce as suas ações periféricas de cidadania a toda a população vulnerável da Cidade do Rio de Janeiro
PÚBLICO
Crianças e adolescentes com deficiência e seus familiares
METODOLOGIA
Apresentação do projeto da sala de leitura para instituições inscritas no CMAS e no CMDCA, para verificar de interesse e disponibilidade arquitetônica e atitudinal para a execução do projeto.
O projeto Salas de leitura Inclusivas encontra-se em processo de execução. Etapas:
1. Seleção das instituições
Ao longo do processo de visitação das instituições pré-selecionadas, dois critérios apontaram serem muito valorosos para a identificação das instituições parceiras: a metragem mínima para acomodar toda a estrutura de acessibilidade e interação e a disponibilidade da instituição em promover ações voltadas para a comunidade, um dos princípios da inclusão. Sendo assim, a Obra Social Dona Meca e a Fundação Amélia Dias_FAMAD foram as instituições contempladas inicialmente.
Ambas localizadas em Jacarepaguá, a Obra Social Dona Meca é uma Instituição que atua há 25 anos com o objetivo de trabalhar na reabilitação de crianças e adolescentes com deficiência entre 0 a 12 anos com deficiências. A FAMAD é uma instituição que presta assistência a crianças, adolescentes e suas famílias, com a sensibilidade em apoiar os familiares a construírem uma renda extra. Seus atendimentos são personalizados e baseados em cada necessidade e capacidade recuperativa individuais. Atuam no modelo interdisciplinar com diversas especialidades.
2. Roda de Conversa
As Rodas de Conversa consistem em um método de participação coletiva de debate acerca de determinada temática em que é possível dialogar com os sujeitos, que se expressam e escutam seus pares e a si mesmos por meio do exercício reflexivo. Os encontros das rodas de conversa no projeto da sala de leitura inclusiva se referem como espaço de construção de acessibilidade e interação. A primeira roda de conversa ocorreu no Palácio da Cidade, com crianças e adolescentes com e sem deficiência, tendo como temática o projeto da sala de leitura e a contação de histórias coletiva com suportes mediados. Nesse encontro, os jovens puderam expor seus anseios e expectativas em relação a vivência realizada, bem como sugerir possibilidades para qualificação do projeto, como: a importância do dinamizador do espaço, o acervo bibliográfico com diferentes linguagens, temáticas específicas para os livros.
3. Execução da reorganização do espaço físico
As duas salas passaram por uma remodelagem de seus espaços físicos, em relação a pontos de rede, instalações elétricas e hidráulicas, assim como pintura para acomodação do material adaptado para o acesso a literatura acessível. Cada adaptação foi balizada num projeto arquitetônico próprio para a realidade de cada instituição.
4. Acessibilização do acervo bibliográfico
Considerando o livro, aparato cultural de mediação e acesso à cultura, à informação e ao conhecimento, fundamental para o desenvolvimento reflexivo e crítico do sujeito, o acesso a este instrumento de mediação é de fundamental importância à pessoa com deficiência. A não disponibilização do livro em formato acessível, para além de se constituir em crime de discriminação, alija a pessoa com deficiência da possibilidade de ampliar seu conhecimento intelectual e de mundo.
O processo de acessibilidade do acervo bibliográfico se efetivará na parceria com grupos de pesquisa de universidades cujas temáticas se insiram no hall de direitos às pessoas com deficiência, tendo a assessoria da RIOinclui por meio de acompanhamento pedagógico.
PLANEJAMENTO DE ACESSIBILIDADE AO ACERVO BIBLIOGRÁFICO
O planejamento da acessibilidade ao acervo bibliográfico seguiu as seguintes etapas:
a. Definição do público – a definição do público - alvo permitiu a adequação da linguagem das histórias e a definição dos recursos de acessibilidade e as tecnologias assistivas que deveriam ser construídas para publicação acessível.
Dentre estas definições, ressalta-se: o material deveria ser acessível para todo e qualquer criança ou adolescente, sendo ele ledor ou não; com ou sem deficiência. O material deveria poder ser lido em contextos inclusivos, ou seja, que todos os sujeitos pudessem juntos ler, ouvir e/ou assistir as histórias, sem a necessidade de adaptações e com a máxima autonomia.
b. Identificação de barreiras de acesso à informação/história:
A partir do conceito de barreira, definido pela Lei Brasileira de Inclusão como, entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limita ou impede a participação da pessoa com deficiência em diferentes contextos, tais como o acesso à informação, foram identificadas, mediante a análise deste tipo de fonte bibliográfica, barreiras comuns presentes em livros infantis.
Dentre essas premissas e recursos de acessibilidade cita-se:
- Informação disponibilizada em diferentes formatos: Os livros serão organizados em tinta (volume com o texto da história, escrita simbolar e arquivo digital com os recursos de acessibilidade).
- Áudio-livro: as histórias serão gravadas com voz humana, com o intuito ampliar o envolvimento do ouvinte com o texto e reduzir a fadiga provocada pela voz sintetizada, normalmente sem prosódia.
- História em escrita simbolar: A escrita simbolar é um recurso da Comunicação Alternativa/Aumentativa (CAA). Trata-se segundo Bersh (2017) de uma área da tecnologia assistiva destinada à ampliação de habilidades de comunicação. A CAA destina-se a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou escrever.
- História com áudio-descrição (AD): A áudio-descrição é uma tecnologia assistiva que traduz imagens em palavras. Esse recurso, permite que pessoas cegas ou com baixa visão consigam compreender conteúdos audiovisuais ou imagens estáticas, como filmes, fotografias, peças de teatro, entre outros. Apesar do recurso ser destinado ao público com deficiência visual, a AD também pode ser utilizada com disléxicos, idosos, pessoas com déficit intelectual, dentre outros.
Inauguração Da Sala De Leitura Inclusiva Na OSDM – Obra Social Dona Meca
No dia 8/12, a RIOinclui inaugurou a primeira unidade do projeto Sala de Leitura Inclusiva na Obra Social Dona Meca. Para a inauguração da sala de leitura inclusiva, tivemos a participação de um grupo de teatro e a contação da história "Estou triste. E, agora?" de autoria de Fernanda Menezes.
Inauguração Da Sala De Leitura Inclusiva Na Famad (Fundação Amélia Dias)
Manhã de contação de histórias na sala de leitura da Dona Meca. Parceria RIOinclui e Instituto da Criança.
No dia 15/12, a RIOinclui inaugurou a segunda unidade do projeto Sala de Leitura Inclusiva na Fundação Amélia Dias. Na inauguração da sala de leitura inclusiva, a presidente de honra Cristine Paes participou da dinâmica de leitura e experimentação dos livros junto aos assistidos da instituição.